DAVID FRIEDRICH E SEU VIAJANTE EMBUSTEIRO

 

 É pertinente que a primeira homenagem que eu preste neste Blog seja ao artista alemão Caspar David Friedrich. Afinal, é dele o belo trabalho que tomei emprestado para figurar na capa desta página. A imagem bela e impactante de Viajante Sobre o Mar de Névoa, sempre me encantou, desde a primeira vez que a vi, em um livro de arte. A cena se baseia em esboços de montanhas que Friedrich viu quando esteve na Suíça.

Gostei muito desta descrição da pintura, feita no site Universia Brasil: 

“Na pintura uma figura solitária contempla uma imponente paisagem alpina de cima de um pico rochoso. Nos arredores da paisagem os cumes próximos assomam no mar de névoa que se dissolve, além de uma montanha distante que se eleva sobre a cena, contra um céu luminoso. O autor usa um nevoeiro denso para obscurecer o que está entre as montanhas e, dessa maneira, criar um ar de mistério. 

Tratando-se da composição, o homem retratado está bem no meio da pintura e as linhas na horizontal, tanto de rochedos quanto de encostas e montanhas distantes, todas convergem para ele. O forte contraste de tom entre a silhueta escura do homem no rochedo e a claridade da neblina e do céu aumentam ainda mais o impacto da imagem. 

Teorias afirmam que o quadro talvez seja uma homenagem póstuma a um coronel da infantaria saxônica, devido ao posicionamento da figura central, que se destaca, ereta e heroica, contemplando a cena à sua frente. No entanto, a figura pode ser interpretada de diversas outras formas, como um símbolo do anseio do homem pelo inatingível ou ainda a alegoria da jornada da vida.

Viajante Sobre o Mar de Névoa sintetiza as ideias românticas sobre o lugar que o homem ocupa no mundo, como o isolamento do homem diante das forças da natureza. A imagem tornou-se um ícone do indivíduo romântico.”

 

 

Três detalhes de Viajante Sobre o Mar de Névoa se destacam:

 

 

1. O viajante:

 A figura solitária do viajante é representada de costas para o espectador, o que lhe dá total anonimato. Por sua postura o homem parece calmo e controlado, mas cabe ao observador da obra imaginar a sua expressão ou atitude diante da paisagem à sua frente.

 

2. Mar de névoa:

 

 A bruma esconde grande parte da paisagem observada pelo viajante, estimulando assim a imaginação do espectador sobre o que se vê embaixo do pico onde o homem se encontra. Além disso, a névoa desfoca as montanhas distantes, criando uma sensação de infinito. A névoa tem ainda a função de refletir a luz perolada do céu, dando ao quadro uma impressão etérea, sobrenatural.

 

3. Picos rochosos:

 

 Alguns cumes de montanhas próximas rompem o véu de névoa como rochas recortadas emergindo do mar. Como a bruma obscurece os limites entre esses picos não é possível saber qual a real distância deles. Uma noção de escala pode ser obtida ao observar as árvores minúsculas localizadas próximas a alguns desses cumes.

 

Ficha Técnica - Viajante Sobre o Mar de Névoa:

Autor: Caspar David Friedrich

Onde ver: Kunsthalle, Hamburgo, Alemanha

Ano: 1818

Técnica: Óleo sobre tela

Tamanho: 98cm x 75cm

Movimento: Romantismo

 

23/04/2014, quarta-feira

  

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